quarta-feira, 20 de junho de 2012

Tomou posse o primeiro Conselho Diretor da Associação de Cuidadores de Idosos da Região Metropolitana de São Paulo (Acirmesp)


Com a certeza do grande passo dado rumo ao fortalecimento de uma profissão cada vez mais necessária no Brasil em 2025 o país terá a sexta população mais longeva do mundo, de acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS) –, o primeiro Conselho Diretor da Associação de Cuidadores de Idosos da Região Metropolitana de São Paulo (Acirmesp) tomou posse no sábado 16 de junho, na capital paulista. Em sessão solene realizada na Associação Okinawa Kenjin do Brasil, no bairro da Liberdade, a equipe eleita no dia 5 de maio assinou o termo de posse com muito orgulho: Lídia Nadir Giorge, presidente; Marilene Gerônimo da Silva Maciel, vice-presidente; Alice Kiyomi Tomita, primeira-tesoureira; Gersonita Correia Bargallo, primeira-tesoureira; Daize Rosa, primeira-secretária. Rita de Cassia Vilas Boas, segunda-secretária, não pode comparecer, por estar cuidando da mãe, adoentada.

A cerimônia foi marcada pela presença de importantes apoiadores, entre eles Ingrid Mazeto, presidente do Observatório da Longevidade Humana e Envelhecimento (OLHE), e Marília Viana Berzins, cerimonialista da manhã festiva e primeira-secretária da ONG, que deu toda a assessoria técnica para a formação da Acirmesp. Estou muito feliz por ver que esta semente já se abriu e está sendo muito bem regada, muito bem adubada, para que possa florescer e dar mais frutos. É uma alegria ver o trabalho destas pessoas, que já são árvores, em prol da importante atividade de cuidador de idosos, afirma Ingrid. Foram muitos sábados para que a gente chegasse aqui, ressalta Marília, lembrando que tudo começou durante seminário do OLHE, no dia 5 de novembro.

Certa de que o trabalho está apenas começando, a presidente do Conselho Diretor da Acirmesp se empolga ao falar do que vem por aí. A expectativa agora é com a regulamentação da profissão, para que possamos nos aprimorar e fiscalizar a atividade. Vamos trabalhar para a inclusão do idoso na sociedade, promover a amizade, a integração cultural. Quanto mais alegria, menos remédios, ensina Lídia. Recentemente, levei um grupo ao cinema para ver Os Vingadores. Eles vibraram com seus heróis da juventude e ao ver que os jovens de hoje cultuam os mesmos heróis, exemplifica. Para ela, a palavra-chave para exercer a profissão com qualidade é paciência. Precisamos ter paciência para que, no futuro, alguém tenha paciência com a gente.

Patrono da Acirmesp, Jorge Roberto de Souza, presidente há seis anos da Associação de Cuidadores de Idosos de Minas Gerais (ACIMG) que já conta com mais de 5.500 associados , considerou a cerimônia de posse um ato histórico. Acredito que a história da categoria, com a organização e o reconhecimento necessários, se inicia hoje. Esta é uma profissão válida para a sociedade atualmente e será ainda mais no futuro. Não é luxo, é necessidade, observa.
Não será um trabalho fácil, alertou ele aos dirigentes e associados da Acirmesp. Mas, nós, cuidadores, estamos acostumados a vencer desafios, não é mesmo, incita ele. Bem-humorado, Jorge Roberto diz apenas lamentar o fato de a liderança tê-lo afastado do trabalho diário como cuidador. Já tive o prazer de ser demitido por fazer um bom trabalho, conta, referindo-se ao orgulho de ter trabalhado para a recuperação de um idoso que sofreu um acidente vascular cerebral (AVC). Ele ficou bom, e eu perdi o emprego.

Jorge convocou Daniel Grossman, líder da categoria no Rio de Janeiro no evento com mais 11 cuidadores a formalizar a associação em sua cidade. Já estamos em Minas, Brasília, São Paulo; falta o Rio. Com a união dessas entidades, teremos mais força para padronizar o trabalho e sonhar com uma entidade em nível nacional, frisa o presidente da ACIMG. Estou emocionado pelo evento e pela acolhida que recebemos. É mais um passo em defesa dos cuidadores, como profissão, e na defesa do direito do idoso ao cuidado, rebate Grossman.

Outros importantes nomes presentes à celebração foram o do vereador Ushitaro Kamia, autor do projeto de lei municipal que instituiu em São Paulo o Dia do Cuidador Voluntário, em 26 de agosto; e da assessora Angélica Fernandes, representante da senadora Marta Suplicy, relatora do projeto de lei que tramita no Senado para a regularização da profissão de cuidador de idosos. Estou emocionado por poder participar desse evento que reúne profissionais que têm a missão solidária de aliviar a dor e a solidão dos idosos, destaca o vereador, contando que, anos atrás, ele viu a importância do cuidador, ao sofrer uma doença grave.

A solenidade teve um momento de homenagem, com a entrega do Título de Associado Benemérito a profissionais de várias áreas que participaram do movimento em prol da Acirmesp. Entre eles, estão Sérgio Marcio Pacheco Paschoal, médico geriatra do Serviço de Geriatria do Hospital das Clínicas da FMUSP e coordenador da Área Temática de Saúde do Idoso da Secretaria Municipal da Saúde de São Paulo; Carlos Lima Rodrigues, gerente do Programa de Amparo ao Idoso (PAI) na Associação Saúde da Família; Maria da Glória Abdo, presidente da Associação dos Bancários Aposentados do Estado de São Paulo (Abaesp) e do Movimento dos Idosos Solidários; Yeda Aparecida de Oliveira Duarte, enfermeira, gerontóloga e professora da Escola de Enfermagem da USP; Antonio Santos Almeida, do Grande Conselho Municipal do Idoso de São Paulo; e os assessores jurídicos da Acirmesp, Antonio Rodrigues Oliveira Neto e Victor Derviche.

É uma grande honra receber este título, sabendo da importância que o cuidado decente e qualificado tem para o idoso. Claro que nossa primeira estratégia é garantir a saúde da pessoa idosa, esclarece o médico Sérgio Paschoal. Mas, por mais que a gente trabalhe, sempre haverá uma perda, a necessidade de que alguém cuide do idoso. E os cuidadores precisam ser tratados com respeito para igualmente cuidar com respeito e dignidade, acentua. Este é o começo de um sonho e o resultado de um trabalho de 30 anos de batalha para que isso acontecesse, que se reconhecesse o direito do idoso de ser cuidado. É o início de uma fase de grandes desafios e grandes lutas, afirma a professora Yeda.

Sorridente e confiante, Marilda Rosa de Camargo é ativa participante dos trabalhos da associação. Mas, diferentemente da maioria dos seus colegas associados, que estão empregados, ela cuida da mãe, que sofre de demência senil, e do irmão, que era alcoólatra e sofreu um acidente vascular cerebral. É quase uma cuidadora à moda antiga, não fosse o fato de ter sido muito bem preparada ao fazer o Curso de Cuidadores de Idosos da Universidade Municipal de São Caetano do Sul. A questão que vou levar a debate é: eu tenho uma profissão, cuido de dois idosos e não posso ganhar dinheiro. Como fica isso

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