quarta-feira, 11 de abril de 2012

Crescem os casos de hepatite C em idosos acima de 60 anos, diz Saúde


Doença pode ficar encubada por décadas até surgirem os sintomas. Diagnóstico pode ser feito no SUS com um exame de sangue. 

Do G1 São Carlos e Região



O Ministério da Saúde alerta para o aumento do diagnóstico de hepatite C entre os idosos. No estado de São Paulo, esse é o tipo mais comum da doença, que pode demorar décadas para se manifestar.

De acordo com um levantamento feito pelo ministério, em 1999, foram registrados 7 casos de hepatite C para cada 100 mil habitantes em pessoas acima de 60 anos. Já em 2010, foram 1.644 casos.

Na maioria dos casos, a pessoa contaminada pelo vírus só descobre quando a doença já estava em um estágio mais avançado, o que dificulta o tratamento. “As pessoas contraíram a doença há 20, 30 anos quando não havia todo esse cuidado com relação à higiene, em salões de beleza, uso de seringas, e agora a doença aparece. Normalmente ela complica com cirrose hepática ou como câncer de fígado”, disse o médico da Universidade Estadual Paulista (Unesp) Rodolpho Telarolli.

O diagnóstico da doença é simples, basta um exame de sangue, mas os sintomas não são específicos no começo. Por isso, muita gente não fica sabendo que tem a doença quando ela está em um estágio mais avançado.
O aposentado Eduardo Crespo foi contaminado
há 23 anos (Foto: Reprodução/EPTV)

O aposentado Eduardo Crespo, de São José do Rio Pardo (SP), disse que foi contaminado com a doença há 23 anos durante uma seção de hemodiálise. Ele ainda tem insuficiência renal, mas como o diagnóstico da hepatite foi rápido, ele conseguiu evitar maiores problemas através do tratamento.“Trata-se de um tratamento rigoroso, pois o vírus fica encubado durante 20, 25 anos e temos de tomar remédio para combatê-lo”, explicou.
Atualmente as transfusões de sangue e hemodiálises são seguras no estado. Uma das recomendações dos especialistas é em relação aos tratamentos estéticos. O cliente deve pedir uso de equipamentos descartáveis ou a esterilização dos equipamentos com o uso de autoclave, que é um equipamento de segurança hospitalar.
Quando a doença avança, os sintomas se tornam mais evidentes: urina escura, rosto amarelado, sensação de peso na barriga, porque o fígado começa a deixar de funcionar.
O exame para diagnosticar a hepatite C está disponível no Sistema Único de Saúde.

Hepatite
De acordo com a enfermeira do ambulatório de hepatites virais de São Carlos Daniela Maria Falcão, hepatite é toda inflamação no fígado. "Há vários tipos de hepatite além das virais, como a hepatite alcoólica, autoimune, medicamentosa, entre outras. As causas são variadas. As virais, por exemplo, atacam o fígado”, explicou .Com relação as hepatites virais há uma diferença de um vírus para o outro, mas a forma e evolução dessas doenças são diferentes. A maioria das pessoas que têm hepatite viral crônica não desenvolvem sintomas e, quando eles surgem, já é causa da evolução da doença.

O tratamento da hepatite C segue um protocolo do Ministério da Saúde e a pessoa deve ser encaminhada para as condutas adequadas e tratamento. A hepatite A, o tratamento pode ser feito em unidades básicas, pois ela não se torna crônica e o tratamento é em relação aos sintomas. A hepatite B tem um tratamento mais fácil, mas existe também a vacinação.