segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Consultor sugere constituição de reserva para custear idoso


Embora não conheça os estudos da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) sobre a criação de um fundo de capitalização para custear planos de saúde de idosos, o diretor da consultoria Golden Insurance, Horacio Cata Preta, acredita que a proposta requer ampla discussão e sugere que as operadoras, desde já, constituam reservas técnicas com a finalidade de atender as necessidades de idosos e portadores de doenças crônicas.
Para isso, ele entende que a ANS deve, antes, solicitar às operadoras estudo técnico-atuarial detalhado, mostrando a projeção dos atendimentos e dos custos para os próximos 5 a 20 anos, a partir da qual seriam tomadas as ações para permitir que cada uma delas encontrasse o ponto de equilíbrio das suas atividades e, simultaneamente, passasse a reservar ativos para cobrir os custos do atendimento a doenças crônicas na terceira idade.
As Provisões Técnicas a que se refere o consultor devem ser acumuladas ao longo da vida dos planos de saúde, em cada operadora, e lastreados por aplicações financeiras de fácil liquidez e aportadas em instituições financeiras sólidas.
Anualmente, segundo ele, essas reservas sofreriam avaliação de uma auditoria atuarial para atestar se os recursos financeiros acumulados seriam suficientes para pagar os serviços médicos e hospitalares que os grupos de idosos e de crônicos irão requerer, de acordo com tabelas atuariais atualizadas e o aumento da expectativa de vida dos brasileiros.
MUTUALISMO
O consultor observa que tais reservas devem constituir fundo único, obedecendo a modelo mutualista, pois vê a formação de fundos individuais como praticamente impossível. "Nenhum deles seria capaz de suportar os custos do usuário do plano que o constituiu", justifica. Sua avaliação é que a criação de um fundo de capitalização, como quer a ANS, esbarra em uma multiplicidade de situações que terá que ser harmonizada, envolvendo desde os planos individuais de saúde anteriores a 1999 aos planos coletivos por adesão. "Tal processo levará anos e exigirá muitos recursos financeiros. E quando mais cedo começar, melhor", aconselha.[2]
Cata Preta não vê o PrevSaúde ocupando o espaço do fundo de capitalização, já que o produto não resolveria individualmente os custos com atendimento às doenças crônicas e outras dos idosos. O PrevSaúde une plano de saúde e previdência privada e está em análise na ANS.