Pelo menos 40% das mulheres vão enfrentar a queda de cabelo após os 30 anos. Mesmo quem tem cabeleiras volumosas não está imune à alopecia, o nome científico da calvície. Não há cura, mas é possível, pelo menos, amenizar os efeitos. Os sintomas são parecidos, mas a calvície não pode ser confundida com a simples queda de cabelo, alertam dermatologistas.
Para chegar a um diagnóstico preciso da doença, é preciso fazer uma série de exames para eliminar as possíveis causas externas. As mais comuns são a carência de ferro, alterações nas taxas hormonais, cistos nos ovários e estresse emocional. Se uma dessas disfunções for detectada e solucionada, a queda pode ser eliminada. Porém, se não houver fatores externos e se a paciente tiver histórico da doença na família, então o caso é mesmo de alopecia.
Não há distinção de sexo, mas a calvície se manifesta de forma diferente em homens e mulheres. O que há em comum é apenas o fator genético. Nas mulheres, o problema não é localizado, ou seja, se distribui por todo o couro cabeludo, por isso é menos visível. A perda dos cabelos é mais difusa no topo da cabeça e na região frontal, das famosas entradas que atormentam os homens, não sofre muita alteração.
É preciso estar atento e procurar o médico na hora certa. Segundo a dermatologista Ana Lúcia Recio, da Sociedade Brasileira de Dermatologia, as vítimas só procuram um médico quando já perderam 30% do seu volume capilar. "É importante diagnosticar o quanto antes a calvície para minimizar a queda, fazendo com que o folículo piloso sobreviva mais tempo", alerta.
Há alguns sinais de alerta. Se os fios começarem a nascer mais finos e se a queda acentuada se mantiver por mais de um mês, procure um dermatologista. O tratamento poderá incluir loções capilares, que estimulam a renovação celular do folículo piloso e ativam a circulação local; também será necessário recorrer a complexos vitamínicos e a medicação. "Mas qualquer medicamento deve ser prescrito por um especialista", alerta a dermatologista.
As conseqüências psicológicas da calvície são, para Ana Lúcia Recio, o maior problema. "A sociedade não aceita mulheres calvas, por isso elas sofrem mais do que os homens. Com isso, o paciente pode vir a ter graves problemas de auto-estima", explica ela.
As mulheres com alopecia devem redobrar os cuidados com o avanço da idade. Os especialistas afirmam que a chegada da menopausa pode agravar o quadro, apesar de essa influência ainda não ter sido comprovada. Como ainda não existe cura para a calvície feminina, tratar o quanto antes o problema significará que seus cabelos ficarão saudáveis e volumosos por mais tempo.