terça-feira, 30 de abril de 2013

Remédios de uso prolongado podem ser comprados com desconto.


Grandes laboratórios farmacêuticos oferecem descontos de 20% a 68% sobre os preços de alguns medicamentos, sobretudo aqueles de uso contínuo que costumam ser os mais caros. 

É o caso por exemplo, do Liptor 20mg, da Pfizer, que custa R$ 171,84 a caixa com 30 comprimidos e pode ser comprado por R$ 54,99, ou do Exelon, da Novartis, cujo valor pode passar de R$ 515 para R$ 262,65. Embora a prioridade dos programas sejam os remédios para doenças crônicas, é possível encontrar também produtos de uso mais corriqueiro, como o Cataflam, anticoncepcionais e até medicamentos contra impotência, como Viagra e Cialis. 


Para ter direito aos descontos, os consumidores precisam se cadastrar em programas de apoio à saúde mantidos pelos laboratórios. Mas muita gente nem sabe que eles existem. O acesso aos programas é simples. Não há nenhum critério de renda, idade ou mesmo tipo de doença. A única exigência das empresas é que o paciente tenha uma receita médica. E são unânimes em afirmar que o principal objetivo desses programas é garantir a continuidade dos tratamentos e disseminar informações sobre saúde. 


— O paciente é uma montanha-russa. No caso do colesterol, por exemplo, ele começa a tomar o remédio, faz novos exames, a taxa baixa e ele interrompe. E, como é uma doença sem sintomas, pouco tempo depois, ele está com os níveis altos de novo. Com o programa, observamos que o tempo médio de tratamento passou de três para seis meses — diz Vagner Pin, diretor Comercial e de Desenvolvimento de Negócios da Pfizer, que já cadastrou mais de um milhão de pessoas em dois programas, o primeiro iniciado em 2006. 


O sistema dos laboratórios funciona assim: a pessoa entra no site ou liga para um Serviço de Atendimento ao Consumidor (SAC), faz o cadastro, informa o CRM do médico que prescreveu o remédio e verifica se o produto está na lista dos que têm desconto. Se estiver, verifica as farmácias credenciadas e, depois, é só ir a uma delas, com receita médica, identidade ou número de inscrição no programa e comprar o remédio. 

Na maior parte das farmácias, mesmos as credenciadas, também não há informações sobre os programas e o desconto só é dado quando o cliente já chega cadastrado. 

Polêmicas à parte, para o consumidor é vantajoso investigar se o remédio que tem que usar é alvo de desconto. Foi o que fez a empresária Adejaci Ribeiro. Aos 65 anos, hipertensa, ela toma cinco medicamentos de uso contínuo que, pelo valor de tabela, sairiam por R$ 486,92 por mês. 

— É um gasto de mais de meio salário mínimo — reclama.
Por isso, inscreveu-se em dois programas. O Onglyza de 5mg, para diabetes, passou de R$ 208,71para R$ 99,66, queda de 52%. Já o Lipitor de 10mg baixou de R$ 141,84 para R$ 55,31, 61% menos. Só com estes dois, ela deixou de gastar R$ 195,58 por mês, ou R$ 2.346,96 por ano.