Um movimento chamado "A Nova Cara da 3ª Idade", formado por uma agência de publicidade, ONGs, sites de tecnologia e grupos organizados em redes sociais, está lançando uma campanha para tentar mudar o símbolo que representa pessoas com mais de 60 anos no Brasil.
Apesar de ainda haver desrespeito a lugares reservados e às filas de atendimento prioritário, quase todo o mundo sabe identificar o bonequinho, com uma bengala na mão e simulando uma dor nas costas, que pretende representar os idosos.
"Pessoas conquistam a aposentadoria por merecimento e não devem ser tratadas como inválidas. Queremos cutucar a percepção das pessoas. É uma mudança simples, mas que pode ter grande efeito", afirma Max Petrucci, 45, presidente da agência Garage IM, que lidera o movimento.
Um concurso aberto ao público já está colhendo sugestões de desenhos com novos símbolos.
Os dez melhores, escolhidos por voto popular e por jurados, ganharão R$ 500 e serão expostos em 600 bares e restaurantes de São Paulo e outras seis capitais.
Uma outra votação escolherá o melhor símbolo que tentará desbancar o atual. As inscrições podem ser feitas no http://catarse.me/pt/projects/628-60-anos-um-novo-simbolo.
Segundo o superintendente do Comitê Brasileiro de Acessibilidade, Gildo Magalhães dos Santos Filho, o símbolo do idoso foi originado no Metrô de São Paulo e, em 2005, foi encampado pela ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas).
Para que seja alterado, será preciso a criação e aprovação de uma nova norma.
"Aquele bonequinho não dá conta de representar as nossas energias", diz a professora Mirian Manzelli, 61.
Apesar de aposentada, ela continua lecionando no Colégio Metodista de São Bernardo do Campo. "O idoso anda a mil. Com certeza, a figura das pessoas com mais de 60 anos mudou muito. O símbolo deveria mudar, sim."