quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Universidade Aberta à Maturidade da PUC-SP comemora 20 anos



Biodiversidade marinha, bioética, células tronco, história da cidade de São Paulo, oficina de risoterapia, teoria e prática de fotografia são algumas das disciplinas oferecidas que fazem o maior sucesso entre os estudantes
No dia 27/11, a partir das 12h a Universidade Aberta à Maturidade da PUC-SP realiza evento em comemoração aos 20 anos do curso, pelo qual já passaram quase 3000 alunos
A primeira instituição a oferecer um curso totalmente voltado para os idosos foi a Université du Troisième Age, fundada em 1973 por Pierre Vellas na cidade de Toulouse, na França.
No Brasil, o primeiro curso voltado à terceira idade foi fundado em 1977 no SESC-SP, por técnicos que retornaram da França após intercâmbio na Université du Troisième Age.

Na cidade de São Paulo a PUC-SP tornou-se pioneira na área, quando em setembro de 1991 uma iniciativa do professor Jordão Netto, colocou em prática um projeto piloto de educação permanente, com o nome de "Universidade Aberta à Terceira Idade". Aprovado, o projeto foi transformado no ano seguinte em Programa de Educação Permanente, apoiado pelo Departamento de Fundamentos de Educação da Faculdade de Educação. Mais tarde, em 2000, o nome foi mudado para "Universidade Aberta à Maturidade".
Outro importante passo foi a criação da Política Nacional do Idoso, que traçou os direitos desse público. Por meio da Lei 8.842, de 4 de janeiro de 1994, é que as IES passaram a se adaptar, a fim de atender a determinação da Lei, que prevê a existência de cursos de Geriatria (especialidade da medicina que trata da saúde do idoso) e Gerontologia (ciência que estuda o envelhecimento) nas Faculdades de Medicina no Brasil.
Além disso, o Estatuto do Idoso, que veio a seguir, assegura a essas pessoas o direito à educação com adequação dos currículos, metodologias e material didático aos programas educacionais a ele destinados.
A Universidade Aberta à Maturidade da PUC-SP trabalha com o princípio da Pedagogia do Prazer, que valoriza a participação do aluno e seu envolvimento no próprio aprendizado, "as universidades da terceira idade são uma oportunidade de resgatar os valores, a auto-estima e auto-imagem dessas pessoas. É também uma maneira de incentivá-las a lutar pelo respeito aos direitos dos idosos que assim, estarão exercendo o papel de cidadãos conscientes", afirma o professor Antônio Jordão Netto, que juntamente com o professor Fauze Saad e a professora Terezinha Calil Padis Campos coordena o curso.

Para ingressar no curso da PUC-SP, não são exigidas provas, exames, ou trabalhos obrigatórios de qualquer tipo. A partir dos 40 anos, qualquer interessado pode se matricular e frequentar as aulas e demais atividades curriculares e cursos optativos oferecidos a cada semestre como iniciação à informática, danças contemporâneas, oficina de canto coral, oficina de tai chi chuan e língua espanhola.

“O curso começou com 30 alunos e foi previsto para durar três semestres, mas os alunos não queriam sair, então passamos para quatro semestres e estamos sempre atualizando o programa. Nosso curso tem essa característica; tem tempo pra começar, mas não pra acabar” explica o professor Jordão.
Biodiversidade marinha, bioética, células tronco, biodiversidade terrestre, história da cidade de São Paulo, oriente médio e a questão palestina, engenharia genética e o destino da humanidade, oficina de risoterapia, 200 anos de Darwin, o espaço sideral, teoria e prática de fotografia são algumas das disciplinas oferecidas e que fazem o maior sucesso entre os estudantes.
“A universidade da maturidade, na prática, é uma grande universidade em vista da diversidade dos assuntos tratados. Isso deveria ser assim em todas as instituições, para dar ao aluno uma visão mais holística da vida. À exceção das ciências exatas temos todas as áreas dentro da universidade da maturidade, abordamos história, geografia, direito, filosofia, antropologia, sociologia, política, biologia, economia, administração, arte, música, dança, nenhum outro curso oferece essa diversidade de matérias”, afirma Jordão.
“Percebemos uma mudança muito significativa no papel do professor que é aquele que forma, para o papel do educador, que é aquele que transforma e é transformado. E essa convivência nos transformou. Lidar com conflitos, com a diversidade e com as histórias de vida deles é muito transformador”, diz o professor Fauze.
“O curso aborda o envelhecimento como um processo natural, dinâmico e irreversível, que deve ser tratado de forma alegre e descontraída encarando a passagem do tempo e trabalhando o corpo para ter autonomia e independência a vida toda. Mais do que uma proposta educacional o curso se tornou uma proposta social muito significativa”, finaliza Jordão.
Programação
Dia: 27/11, a partir das 12h
Local: Clube Português, Rua Turiassu, 59, Perdizes
Convite individual: R$ 50,00
12h: Recepção
13h: Sessão Solene e Apresentação Artística
Francisco Araújo (violão)
Roberto Saglietti Mahn (cantor seresteiro)
Ana Cláudia Cesar (cavaquinho)
Coral da Universidade Aberta à Maturidade - Maestro Júlio Battesti
Grupo de danças das alunas - Coreografia de Rogério Luiz Pereira
14h: Almoço
Mais informações e compra de convites: 3670-8287