WASHINGTON, EUA — O envelhecimento da população se acentua nos países mais ricos e põe em risco seu estilo de vida, ameaçando seus sistemas de saúde e de aposentadoria, adverte um estudo divulgado nesta quarta-feira nos Estados Unidos.
Em 1950 havia no mundo 12 pessoas que trabalhavam por cada aposentado ou idoso com mais de 65 anos. Em 2010, esta relação subiu para 9, segundo um estudo do Population Reference Bureau (PRB).
Dentro de 40 anos, em 2050, esta relação de profissionais ativos que mantêm os de mais idade será de 4 para 1, segundo este instituto de pesquisas sem fins lucrativos, especializado na análise de dados demográficos, principalmente fornecidos pelas Nações Unidas.
"Hoje assistimos a uma tendência dupla na população mundial", explicou Bill Butz, presidente do PRB.
"Por um lado, temos uma taxa de fecundidade cronicamente baixa nos países industrializados, o que começa a comprometer a saúde e a segurança financeira dos idosos", afirma.
"Por outro lado, os países em desenvolvimento agregam a cada ano mais da 80 milhões de indivíduos à população mundial. Só os mais pobres destes países somam 20 milhões a cada ano, o que aumenta a pobreza no mundo, assim como a pressão sobre o meio ambiente", acrescenta.
A população mundial chegará, em 2010, a 6,9 bilhões de pessoas, e todo crescimento populacional repousa nos países em desenvolvimento. Os habitantes da África, por exemplo, terão duplicado até 2050, e chegarão aos dois bilhões.
Ao contrário, os países desenvolvidos, que têm 1,2 bilhão de habitantes, assistirão ao envelhecimento de sua população. No Japão, por exemplo, onde a taxa de fertilidade caiu para 1,4 filho por mulher, há apenas 3 adultos por pessoa aposentada, a relação mais baixa do mundo, com Alemanha e Itália, segundo o informe.
Em 2050, o Japão não terá mais que um adulto em idade de trabalhar por cada aposentado. Alemanha, Itália e França terão uma proporção de 2 para 1. Os Estados Unidos, atualmente com uma proporção de cinco ativos para cada aposentado, cairá de 3 a 1.
"A população mundial chegará em 2010 aos 7 bilhões de pessoas, apenas 12 anos depois de ter chegado aos 6 bilhões", diz Carl Haub, membro de PRB e coautor do estudo.
A pesquisa faz comparações que dizem muito sobre a evolução da população. Assim, Etiópia e Alemanha têm, atualmente, quase os mesmos habitantes (85 e 82 milhões, respectivamente), mas a população etíope dobrará em 2050, enquanto que a da Alemanha cairá para 72 milhões, devido a uma taxa de fecundidade muito baixa (1,3 filho por mulher contra 5,4 filhos por mulher na Etiópia).
A crise econômica também parece ter causado uma queda nas taxas de nascimento nos países industrializados, acrescentou o informe, citando entre outros países a Espanha e os Estados Unidos.
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