quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

Aumento da expectativa de vida no Brasil deve elevar a frequência da doença nos indivíduos mais velhos

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Epilepsia mais comum entre idosos
Aumento da expectativa de vida no Brasil deve elevar a frequência da doença nos indivíduos mais velhos

Em razão do contínuo envelhecimento da população e da perspectiva de ampliação da expectativa de vida dos atuais 72,7 anos para mais de 80 em 2030, “vamos ter cada vez mais epilepsia entre idosos”, afirmou Carlos Guerreiro, professor da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Especializado em epilepsia entre idosos, Guerreiro foi um dos conferencistas da 4ª. Escola Latino-Americana de Verão em Epilepsia (Lasse, na sigla em inglês), que começou dia 1º. de fevereiro em Guarulhos, na Grande São Paulo

Entre idosos, ele alertou, a epilepsia é mais difícil de ser diagnosticada que em adultos ou crianças, por coexistir com doenças cardiovasculares e outras mais comuns com o envelhecimento. E o eletroencefalograma, usado para confirmar o diagnóstico de pessoas mais jovens, nem sempre ajuda. Segundo ele, as crises epilépticas são mais raras que nas outras faixas de idade.

“O erro de diagnóstico é muito comum”, observou Guerreiro. A epilepsia pode passar despercebida porque se manifesta de modos diferentes em bebês, crianças, adolescentes, adultos e idosos, por meio de crises caracterizadas por contrações musculares intensas ou sutis, que tomam todo o corpo ou apenas parte do corpo. Às vezes, em bebês, o único sinal de uma crise epiléptica são movimentos irregulares dos olhos.

Outra pesquisadora dessa área, Marly Albuquerque, professora da Universidade de Mogi das Cruzes (UMC), descreveu os resultados de um grupo de nove adultos portadores de epilepsia resistentes à medicação habitual que receberam doses regulares de ômega-3. Segundo ela, as crises epilépticas se tornaram mais esparsas e todos os participantes do estudo relataram ganhos na qualidade de vida, com mais interação social.

Sob a coordenação geral de Esper Cavalheiro, professor de neurologia da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), o encontro segue até o dia 10, com apresentações e debates sobre técnicas de diagnóstico, novas possibilidades terapêuticas, que incluem a prática de exercícios físicos e o consumo de compostos ricos em ômega-3, e os desequilíbrios das células nervosas que originam a epilepsia.

Fonte: Revista Pesquisa Fapesp